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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

7 COISAS QUE APRENDI COM HARRY POTTER



Harry Potter é um personagem nascido na mente da escritora britânica J. K. Rowling. Aos 11 anos, ele descobriu um mundo que, até aquele momento, nem desconfiara que existia. Neste mundo secreto, o "mundo dos bruxos", ele era famoso por ter derrotado o maior bruxo das trevas que já vivera, Lord Voldemort, e isso quando Harry era apenas um bebê. Esse embate lhe garantiu uma cicatriz em forma de raio e, ao longo de 7 livros (que inspiraram 8 filmes), vemos as aventuras do jovem bruxo na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, conhecemos suas amizades, acompanhamos seus 7 aniversários e sua constante luta contra as "artes das trevas". 

O fato de Harry ser um bruxo deixa muitos crentes de nariz virado pra ele. Não é meu objetivo aqui entrar no mérito "é lícito ou não?". Também não quero defender a "bruxaria". Quero expor 7 ecos da vida cristã na história do "Menino-que-sobreviveu".

01. O VALOR DA AMIZADE
Harry, Rony e Hermione, desde o primeiro ano em Hogwarts, tornam-se amigos inseparáveis. Eles compartilham todos os momentos: bons, ruins, de tristeza, de alegria. Dividem segredos uns com os outros e resolvem seus problemas juntos. É claro que têm seus conflitos de vez em quando, mas na vez que Rony ficou com raiva de Harry no quarto ano, eles logo fizeram as pazes. Com eles, aprendi que amizades têm valor inestimável. Que são com os amigos que dividimos os melhores momentos e que serão eles que estarão conosco quando tivermos que enfrentar problemas. Percebi que "o amigo ama sempre e com ele não há tempo ruim; mesmo quando há problemas, ele é sempre um ombro amigo." (Provérbios 17:17 - A Mensagem).

02. SEU "SANGUE PURO" NÃO TE FAZ MELHOR
No mundo de Harry Potter, "sangue puro" são pessoas que possuem pai e mãe bruxos.  A "pureza de sangue" é uma obsessão de muitas famílias bruxas, que têm sua árvore genealógica idolatrada pela falta de "sangues ruins" (pior xingamento para alguém do mundo de Potter. É usado para desprezar um bruxo que seja filho de pais sem magia). Muitos bruxos com "sangue puro" se consideram superiores aos "trouxas", que são as pessoas sem magia, seres humanos "normais". Harry é filho de bruxos, é um "sangue puro". Sua melhor amiga, porém, é Hermione, bruxa filha de trouxas, uma "sangue ruim". Além disso, Harry e seus amigos não consideram os trouxas inferiores a eles. 

Muitos de nós, cristãos evangélicos, nos consideramos "superiores" por causa da nossa experiência religiosa. Como se nossa experiência religiosa, nossa fé, nos fizesse melhores que aqueles que não seguem os mesmos rituais que nós. Seríamos os "sangue puros" que se consideram superiores ao "trouxas". Somos privilegiados por termos a magia, ops, a revelação de Deus, por podermos nos conectar com o Pai através da oração, mas nada disso nos faz os maiorais. A nossa "pureza" não nos torna mais dignos ou mais especiais. Paulo pergunta e afirma: "Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus quanto gregos [religiosos e não-religiosos], todos estão debaixo do pecado." (Romanos 3:9, ACF). Nossa "religião" nos privilegia, mas não pode nos tornar superiores a ninguém.

03. TRATE TODOS COM IGUALDADE. E "TODOS" INCLUI ELFOS DOMÉSTICOS
Este item está conectado ao anterior. Tratar a todos com igualdade vem de nossa consciência de que ninguém é melhor que ninguém. Elfos domésticos são criaturas que trabalham como serviçais para os bruxos e são tratadas, no mundo de Potter, como inferiores e indignas. Desde que Harry recebeu a visita de Dobby em seu quarto, quando tinha 12 anos, o garoto tratou o elfo doméstico com dignidade, respeito e afeto. Tanto é que Dobby se surpreendia pelo jeito como era tratado. A fama de Harry como alguém bondoso com os elfos domésticos se espalhou entre essas criaturas. Quando Dobby morreu, Harry, já com 17 anos, tratou de dar-lhe um enterro digno.

Jesus ensinou que "como vocês querem que os outros lhe façam, façam também vocês a eles" (Lucas 6:31, NVI). Em Tiago 2:1-13, somos exortados a tratarmos todos com igualdade, não fazendo acepção de pessoas, não discriminando ninguém. Não devemos tratar alguém melhor por causa de sua condição social, fama ou dinheiro. Devemos olhar para todos como Jesus olha: Jesus não tá nem aí se a roupa que vestimos é de grife, se sou conhecido e famoso, se minha oferta é de R$ 1,00 ou de R$ 1.000,00, se sou o prefeito da cidade ou o gari que limpa as ruas. Ele nos olha com olhos de amor e nos dá valor pelo que somos e não pelo que temos.

04. A UNIÃO É O QUE NOS FAZ FORTES PARA VENCER O MAL
Logo após o retorno de Voldemort, no quarto livro ("Harry Potter e o Cálice de Fogo"), Alvo Dumbledore, o sábio e poderoso diretor de Hogwarts, faz um discurso proclamando todos a se unirem para enfrentar os tempos difíceis que surgiam:

"Repito a todos, à luz do ressurgimento de Lord Voldemort, seremos tão fortes quanto formos unidos e tão fracos quanto formos desunidos
"O talento de Lord Voldemort para disseminar a desarmonia e a inimizade é muito grande. Só podemos combatê-lo mostrando uma ligação igualmente forte de amizade e confiança. As diferenças de costumes e língua não significam nada se os nossos objetivos forem os mesmos e os nossos corações forem receptivos."

Podemos notar que uma das coisas que mais faltam à Igreja contemporânea é a unidade. Como corpo de Cristo, somos diferentes em vários aspectos: dons, habilidades, modos de vestir, modos de cantar, modos de pensar. E essas diferenças precisam existir, pois unidade não é uniformidade. Jesus não pediu ao Pai que fôssemos iguais, mais que fôssemos um: "Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste." (João 17:23, NVI). Temos porém, dado mais atenção à nossas diferenças do que às nossas semelhanças. Esquecemos pelo que realmente lutamos e entramos em guerra uns com os outros. O mundo precisa ver como somos um, para que saibam que o Pai enviou Jesus. Unidade, porém, é uma coisa muito mais profunda do que uma "Marcha para Jesus". Nós precisamos de unidade para o Reino avançar! Assim, oro para que o conselho de Dumbledore entre em nossos corações: "seremos tão fortes quando formos unidos".

05. NOSSA NATUREZA MÁ DEPENDE DA NOSSA VONTADE PARA VENCER
Depois de Voldemort ter ressurgido, Harry, já com 15 anos, descobre que pode ver os pensamentos do Lorde. No quinto filme, "Ordem da Fênix", o garoto fica com medo de acabar cedendo ao mal, se tornando igual ao bruxo das trevas, por causa da conexão entre os dois. Sirius Black, padrinho de Harry, o aconselha: "Todos temos luz e trevas dentro de nós. O que importa é o lado pelo qual decidimos agir. Isso é o que realmente somos".

Nós, cristãos, temos uma natureza regenerada, nascida de novo. Mas também temos o velho homem que ainda vive em nós. Em Romanos 6, Paulo deixa claro que não somos mais escravos do pecado. Nossa vontade não é mais cativa do pecado. Agora, podemos escolher a qual senhor iremos nos submeter. Se vamos deixar o Espírito governar e deixar Ele gerar a vida dEle em nós, ou se vamos usar nossa liberdade para o mal (e essa escolha, então, será o nosso último ato livre). Por nós mesmos não conseguimos fazer o bem que queremos (Romanos 7:17-25 tá aí pra provar isso), mas Deus já providenciou tudo, nos fez uma identidade novinha em folha, e podemos escolher se agiremos com base nessa nossa identidade como Filhos. Além disso, temos o Espírito para nos dar a vontade de escolher a luz. É tudo questão de colocar a roupa nova, feita por Deus (Colossenses 3:9-11).

06. AMAR QUEM NOS FEZ MAL
Draco Malfoy incomodou Harry Potter durante todo o tempo em que eles estiveram em Hogwarts. Draco provocou, fez intrigas e deixou Harry em situações complicadas. Aos 16 anos, tornou-se Comensal da Morte (seguidor de Voldemort) e tentou matar Harry. Draco era mimado, irritante e briguento. No último livro, "Harry Potter e as Relíquias da Morte", enquanto Harry, Rony e Hermione procuravam um importante objeto num sala cheia de tranqueiras, Draco e seus comparsas, que também estavam nessa sala, acabaram por atear um fogo mágico que consumia tudo rapidamente. Harry, Rony e Hermione conseguiram um jeito de escapar do incêndio, mas Draco ficou preso. Harry poderia sair são e salvo da Sala, mas decidiu arriscar sua vida para salvar quem só tinha lhe feito mal. 

Jesus nos mandou amar nossos inimigos (Mateus 5:44). E que tarefa difícil é esta! Não consigo me imaginar salvando a vida de alguém que só me fez mal. Quero mais é que a pessoa pague por seus erros! Cristo, porém, me mandou ser perfeito em amor, como o Pai é perfeito, amando bons e maus (Mateus 5:48). Ele também disse que não somos diferentes de quem não é salvo se amamos e fazemos o bem só a quem nos ama e nos faz bem. A diferença no cristão está em amar quem o odeia, quem o fez mal (Lucas 6: 31-36). 

07. O VERDADEIRO AMOR É SACRIFICIAL
O que salvou Harry na noite em que ele era apenas um bebê e Voldemort tentou matá-lo foi o amor de Lílian Potter, mãe do menino. No decorrer da história, descobrimos que o que protegeu Harry foi a morte de sua mãe em seu lugar. Lílian se sacrificou pelo filho e, assim, impediu que o Lorde das Trevas tocasse na criança. O amor a ponto de morrer por outro teve maior poder que o mal. E isso me lembra a história do Deus que amou o pecador a ponto de morrer por ele: "Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:7,8). 

O amor verdadeiro é aquele que se dá por alguém, mesmo esse alguém não tendo feito nada para merecer tamanho sacrifício. O amor verdadeiro é mostrado na cruz, Cristo dando sua vida por nós. É ecoado em Lílian Potter se oferecendo como sacrifício para livrar Harry Potter da morte.

Tire suas próprias conclusões.

Netto Britto.

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