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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

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Por que ainda faço coisas esperando recompensas, ao invés de agir simplesmente com base em quem sou em Cristo? Será que é porque eu simplesmente não sei, não tenho consciência de quem sou? Tão preocupado em sentir arrepios e emoções, tenho esquecido de viver com base naquilo que sei?
Por que sou complacente com meus próprios erros e defeitos, mas não com os dos outros? Ou por que sou um tirano comigo mesmo e pior ainda com outros?
Por que vivo sob um fardo tão pesado chamado “perfeição”? Será que acredito que Deus vai me amar mais se eu for perfeito? Será que ainda não descobri que não posso ser perfeito enquanto viver aqui? Será que ainda não descobri que sou incapaz de agradar ao Eterno? Será que estou vivendo um falso Cristianismo, em que digo que o sacrifício de Cristo é suficiente para me salvar, mas, na verdade, lá no fundo, não acredito nisso? Se acredito, por que ainda estou buscando a aprovação de Deus com base na minha própria justiça?
Com quem pareço mais: o fariseu ou o publicano da parábola do Mestre? Sou como aquele que acha que merece a aprovação de Deus porque fazia tudo certinho ou sou como o que não conseguia nem olhar para o céu, consciente da própria condição de pecador miserável? Não vi que quem foi justificado diante de Deus foi o que batia no peito e clamava por misericórdia?
Será que não percebi que, quando o Mestre falou para eu ser perfeito como o Pai, Ele estava falando para eu amar quem quer que seja e ser misericordioso assim como o Eterno é (Mateus 5:48; Lucas 6:36)?



Mas, enfim, de quem Deus está perto? Será que Ele ouve a oração deste pobre pecador ou Ele se só se importa com os impecáveis? Será que Deus está perto apenas dos cheios de perfeição?
Para a minha alma abatida e aprisionada por grilhões de perfeição, colocados pela religiosidade e pela vontade de estar bem consigo mesma, resta um lembrete: “O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido (Salmos 34:18).”

Netto Britto

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