Por que ainda faço coisas esperando recompensas, ao invés de agir simplesmente com base em quem sou em Cristo? Será que é porque eu simplesmente não sei, não tenho consciência de quem sou? Tão preocupado em sentir arrepios e emoções, tenho esquecido de viver com base naquilo que sei?
Por
que sou complacente com meus próprios erros e defeitos, mas não com os dos
outros? Ou por que sou um tirano comigo mesmo e pior ainda com outros?
Por
que vivo sob um fardo tão pesado chamado “perfeição”? Será que acredito que Deus vai me
amar mais se eu for perfeito? Será que ainda não descobri que não posso ser
perfeito enquanto viver aqui? Será que ainda não descobri que sou incapaz de
agradar ao Eterno? Será que estou vivendo um falso Cristianismo, em que digo
que o sacrifício de Cristo é suficiente para me salvar, mas, na verdade, lá no fundo,
não acredito nisso? Se acredito, por que ainda estou buscando a aprovação de
Deus com base na minha própria justiça?
Com
quem pareço mais: o fariseu ou o publicano da parábola do Mestre? Sou como aquele
que acha que merece a aprovação de Deus porque fazia tudo certinho ou sou como
o que não conseguia nem olhar para o céu, consciente da própria condição de
pecador miserável? Não vi que quem foi justificado diante de Deus foi o que
batia no peito e clamava por misericórdia?
Será
que não percebi que, quando o Mestre falou para eu ser perfeito como o Pai, Ele
estava falando para eu amar quem quer que seja e ser misericordioso assim como
o Eterno é (Mateus 5:48; Lucas 6:36)?
Mas,
enfim, de quem Deus está perto? Será que Ele ouve a oração deste pobre pecador
ou Ele se só se importa com os impecáveis? Será que Deus está perto apenas dos cheios
de perfeição?
Para
a minha alma abatida e aprisionada por grilhões de perfeição, colocados pela
religiosidade e pela vontade de estar bem consigo mesma, resta um lembrete: “O
Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito
abatido (Salmos 34:18).”
Netto Britto
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